segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobre O espetáculo

Sobre o Espetáculo

Imagine uma mulher que observa uma cidade de sua janela e que tem como cúmplice sua filha que se vê obrigada a obedecer os devaneios de sua mãe Imaculada vivida pelo ator Marcos Lima e Concebida vivida pelo ator e também produtor Weslley brito. Esta é a tônica de A Velha na Janela, espetáculo da Cia. Baiana de Risos. A direção de Alberto Damit acentua comicamente os aspectos absurdos deste comportamento, fazendo a platéia se divertir com as inúmeras facetas que as duas mulheres criam fofocando e tirando partido da vida alheia.

As duas, tudo observam da janela. Da sacada ela observam, a vida da cidade e suas possibilidades. A mãe resolveu não mais sair dali, por se achar desnecessária o mundo lá de baixo. Perdeu o interesse pela interação social, discorda dos rumos que a cidade tomou. Em meio a amargura da solidão ela criou sua filha Concebida, achando que iria afastá-la das influencias mundana. O espetáculo busca acentuar a relação da solidão na opção de quem escolhe a distancia como forma de vida, porém acreditando ser capas de manter a relação com o mundo. A encenação buscar tirar proveito das possibilidades em observar através de uma janela inquieta que passeia de acordo com as ações conflituosa da personagem.



O Abandono na Velhice

A partir das falas dos idosos entrevistados, entendeu-se que abandono na velhice é um sentimento de tristeza e de solidão, provocado por circunstâncias relativas a perdas, as quais se refletem basicamente em deficiências funcionais do organismo e na fragilidade das relações afetivas e sociais, que por sua vez conduzem a um distanciamento, podendo culminar no isolamento social. Abandono é um sentimento de sofrimento trazido por essas circunstâncias, o que impede o indivíduo de viver e conviver plenamente e de permanecer inserido na família, no grupo e na cultura. Essa situação rompe o contato vital com o mundo, favorece a inércia do corpo e rouba a possibilidade de ser e de conhecer. O estar-indefeso, a falta de intimidade compartilhada e a pobreza de afetos e de comunicação tendem a mudar estímulos de interação social e de interesse com a própria vida. Aparentemente, o idoso espera ser salvo desse sentimento; espera que seu grupo o acolha e com ele permaneça até a morte. Será a morte o abandono maior? O idoso quer em vida o acolhimento, a presença, o amor dos seus. Ele quer compartilhar a experiência e o conhecimento que construiu ao longo de sua existência. Quer entender as contradições que o envolvem, o porquê da distância emocional entre as pessoas de seu grupo familiar e social e seus sentimentos, o que o separa dos outros no momento em que precisa ser apoiado para a travessia que envolve o processo da morte.

Centro de Referência e Documentação sobre Envelhecimento,

da Universidade Aberta da Terceira Idade –

UnATI, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ